Com os olhos cheio de lágrimas terminei a leitura de Tatu: o pianista, o novo livro do Professor Rodrigo Maciel. É impressionante como fiquei envolvido pela história deste livro. Poderia tê-lo lido de uma só vez, mas ao passo que lia a história de Tatu meus olhos se enchiam de lágrimas e meu coração se enchia de tristeza e revolta.
Através deste maravilhoso romance, o professor Rodrigo Maciel nos conta a nossa história através da vida um garoto que nasceu livre e foi feito escravo. O livro nos faz refletir a todo o momento na tragédia da escravidão, do quanto era duro ser escravo e que as aflições iam muito além do sofrimento do corpo, mas também destruía o prazer e a alegria de viver dos escravizados, a autoestima, o orgulho, os laços familiares, tudo era retirado.
Um livro que causa uma angustia e provoca arrepios, revolta, solidariedade, empatia, uma indignação que invade o leitor de uma forma tão avassaladora que tive que parar de ler em vários momentos para respirar e refletir. A contextualização histórica é fantástica, abraçando desde a política, o comércio, as leis, a cultura, a religiosidade a economia e as relações familiares.
O professor Rodrigo Maciel faz justiça a nossa literatura, resgatando termos que deveriam fazer parte do nosso dia a dia, devido a nossa ancestralidade, porém foram apagados violentamente pelo homem branco, de forma que nem Tatu por vezes sabia o que seu pai fala. Em todo o tempo o autor trabalhou no livro a sabedoria do homem preto que não vinha dos livros dos brancos, mas sim da experiência de quem atravessou o Mar Kalunga e sobreviveu.
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